segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Planejamento

O quebra-cabeça das modalidades organizativas
Luiza Andrade e Arthur Guimarães
Integrar atividades permanentes, sequências didáticas e projetos de ensino requer planejamento e conhecimento claro dos conteúdos

Você já sabe o que ensinar ao longo do ano com base nas expectativas de aprendizagem de cada disciplina. Falta agora saber como colocar tudo isso em prática no dia-a-dia da sala de aula. A pesquisadora argentina Delia Lerner classificou o trabalho em classe em três grandes blocos - atividades permanentes, sequências didáticas e projetos didáticos -, que hoje são conhecidos como modalidades organizativas. Como em um jogo de encaixar peças, planejar o uso dos três ao longo do ano exige visão global do processo e capacidade de projetar cenários e encadear situações, pois eles são módulos complementares que podem ser interligados ou usados separadamente, em montagens que devem levar em consideração os objetivos e os conteúdos a trabalhar. "Toda essa rede de atividades tem de estar desenhada antes mesmo de começar o ano letivo. De preferência, numa tabela. O ideal é começar do todo e ir aos poucos, criando as ramificações. Fazer esse tipo de previsão ajuda a guiar os passos, evita a sobreposição de assuntos e clareia o ponto de partida e o de chegada", explica Andrea Guida, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária. Para ela, esse tipo de organização deve ser compartilhado por todos os professores, independentemente de série ou disciplina. "Planejar dessa forma ajuda a pensar o progresso dos alunos e favorece a retomada consciente de conteúdos durante a vida escolar. Se determinada turma leu muitos contos de fadas no 1º ano, vai realizar mais facilmente um projeto de produção de um livro quando chegar ao 2º", exemplifica. "Mas estabelecer esse tipo de rotina não significa criar uma camisa de força. A ideia é programar cada detalhe, com materiais e abordagens pré-analisadas e estudadas, mas saber que imprevistos podem surgir." As definições e especificidades de cada uma das modalidades organizativas são bem claras. As atividades permanentes devem ser realizadas regularmente (todo dia, uma vez por semana ou a cada 15 dias). Normalmente, não estão ligadas a um projeto e, por isso, têm certa autonomia. As atividades servem para familiarizar os alunos com determinados conteúdos e construir hábitos. Por exemplo: a leitura diária em voz alta faz com que os estudantes aprendam mais sobre a linguagem e desenvolvam comportamentos leitores. Ao planejar esse tipo de tarefa, é essencial saber o que se quer alcançar, que materiais usar e quanto tempo tudo vai durar. Vale sempre contar para as crianças que a atividade em questão será recorrente - ao longo do semestre ou mesmo do ano todo. Já a sequência didática é um conjunto de propostas com ordem crescente de dificuldade. Cada passo permite que o próximo seja realizado. Os objetivos são focar conteúdos mais específicos, com começo, meio e fim (por exemplo, a regularidade ortográfica). Em sua organização, é preciso prever esse tempo e como distribuir as sequências em meio às atividades permanentes e aos projetos. É comum confundir essa modalidade com o que é feito no dia-a-dia. A questão é: há continuidade? Se a resposta for não, você está usando uma coleção de atividades com a cara de sequência. Por fim, temos o projeto didático, modalidade que muitas vezes se confunde com os projetos institucionais (que envolvem a escola toda). Suas principais características são a existência de um produto final e objetivos mais abrangentes. Os erros mais comuns em sua execução são certo descaso pelo processo de aprendizagem, com um excessivo cuidado em relação à chamada culminância. "A feira de ciência ou a olimpíada escolar são exemplos marcantes. É comum encontrar muita torcida nas quadras sem que os estudantes tenham de fato aprendido Ciências ou desenvolvido habilidades esportivas. A proposta não é fazer algo bonito, mas conduzir uma série de tarefas que resultem em algo concreto", orienta Andrea. "A integração com outros professores é indicada em alguns projetos por permitir a troca de experiências. Mas é essencial sempre envolver a coordenação pedagógica." Nos projetos de ensino, há ainda a pretensão de atingir propósitos didáticos e sociais. Um exemplo é o projeto de leitura e escrita em que a classe produz um livro de receitas (além de aprender a ler e escrever, a criança tem a oportunidade de mostrar aos familiares como aproveitar melhor os alimentos). Confira nas próximas páginas alguns exemplos de como conciliar as modalidades organizativas em cada uma das disciplinas do Ensino Fundamental. Arte Pintura em análises de obras e em atividades práticas No 1º e 2º ano do Ensino Fundamental, as aulas de Arte podem ser planejadas com sequências didáticas. A que trata da pintura, com duração de aproximadamente um mês, pode iniciar o trabalho. Antes de mais nada, o professor apresenta a proposta, os objetivos e os materiais a ser utilizados (tipos de suporte, ferramentas e tintas). O pincel é o primeiro instrumento abordado. "O educador conta um pouco sobre a história dele e mostra algumas imagens de telas de diferentes estilos, de autoria de Monet, Seurat, Van Gogh e Nuno Ramos, por exemplo", sugere Mariza Szpigel, selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. O docente pode propor que as crianças observem variados tipos de pincelada: as pequenas, as grossas, as imperceptíveis, os pontinhos etc. O próximo passo é colocar a turma para testá-las, mas ainda somente com uma cor de guache. Na segunda aula, a proposta é aumentar a dificuldade, trabalhando com o rolinho e o pincel e cores diferentes. Após a realização dessas pinturas, o ideal é selecionar resultados bem distintos para a análise. Como a turma procedeu em relação ao uso das cores? Fez mistura? Quais foram usadas? Não fez? Adotou justa ou sobreposição? "É importante que os alunos discutam as formas de utilização das ferramentas e digam quais acharam melhor para pintar áreas grandes e quais para figuras", diz. Na terceira e última etapa, a tarefa é usar rolinho e pincel grosso e fino. O momento seguinte é dedicado à ref lexão sobre as variáveis estudadas no processo. "Se um aluno disser que o rolinho é bom para pintar o fundo, vale solicitar que todos procurem um trabalho em que isso aconteceu", sugere Mariza. Apesar da diversidade analisada, é importante que uma atividade permanente de pintura permeie a sequência. "A turma coloca em prática as técnicas de que mais gostou. Ajuda a individualizar a criação." O uso de diferentes materiais é trabalhado com turmas de 1º e 2º anos em uma sequência didática de um mês de duração, com complexidade progressiva. Enquanto testam os jeitos de pintar, os alunos desenvolvem a individualidade de criação em atividades permanentesLíngua Portuguesa Projeto para fazer um jornal da classe prevê muita leitura A leitura e a produção de textos são conteúdos a ser trabalhados durante todo o ano. Textos jornalísticos, especificamente, podem ser abordados em um projeto anual com alunos de 8º e 9º anos. O produto final é o jornal da classe. Uma atividade permanente de leitura desse tipo de mídia é essencial para permear todo o primeiro semestre. "O professor ou os estudantes podem trazer diária ou semanalmente jornais para serem lidos e debatidos em conjunto", sugere Heloisa Ramos, formadora do projeto Letras de Luz, da Fundação Victor Civita. Dessa forma, os estudantes vão aprender os jargões jornalísticos e as particularidades dessa produção, como o uso de legendas, subtítulos e olhos de página. No segundo semestre, Heloisa sugere tratar de diferentes gêneros: notícia, entrevista, crônica ou editorial. A ordem pode variar desde que se assegure que as etapas não sejam feitas em paralelo. "Cada uma pode levar cerca de dois meses. O importante é ter consciência de que elas são independentes e têm seu fim", argumenta. Para que os alunos aprendam efetivamente a escrever os quatro tipos de texto, é necessário planejar diversas sequências didáticas em que são abordados os perfis de cada um. No estudo sobre as notícias, por exemplo, a sequência pode começar com uma discussão sobre o que os estudantes já sabem sobre o gênero. Em seguida, o ideal é, com base nesses diversos modelos, analisar as características do gênero e elencá-las. Depois, vêm as produções textuais com esse modo de escrita jornalística, em que são trabalhados conteúdos, como a pontuação. "A avaliação é primordial para saber se houve avanço." Depois de sequências sobre os outros tipos de texto a ser abordados, os alunos devem estar aptos a compreender os formatos e propósitos e produzir dentro de suas características. A montagem do jornal, produto final do projeto serve para comunicar o que foi aprendido. Para trabalhar a produção e análise de textos jornalísticos com alunos de 8º e 9º anos, é possível fazer um projeto para criar um jornal. Dele, derivam sequências didáticas para estudar notícia, entrevista, crônica etc. Uma atividade permanente de leitura ajuda a criar familiaridade com esse portador Matemática Trabalhar o cálculo mental sem decorar resultados Ao trabalhar o cálculo mental com turmas de 4º ano, o professor precisa ter em mente que é necessário organizar o tempo em atividades permanentes e sequências didáticas. Na primeira modalidade, entram situações que favorecem a memorização de resultados - como as tabuadas - e ajudam o aluno a responder, rapidamente, os resultados de algumas contas. No momento da atividade permanente, o professor pode organizar, por exemplo, situações que envolvam a multiplicação por 10. "Para as crianças, é mais simples realizar cálculos com números que tenham a unidade seguida de zeros, os chamados números redondos", explica Priscila Monteiro, formadora de professores e selecionadora do Premio Victor Civita Educador Nota 10. É importante deixar, por um tempo, os resultados desses cálculos disponíveis para a consulta depois fazer atividades que permitam sistematizá-los e organizá-los, procurando sempre a memorização. Simultaneamente, trabalhe com sequências didáticas de cálculo mental. Esse tipo de cálculo depende de alguns resultados de memória, que devem ser trabalhados permanentemente. Por exemplo, para calcular 525 + 325, os alunos usam resultados parciais conhecidos: 500 + 300 = 800 e 25 + 25 = 50, logo, 525 + 325 = 850. "O aluno não precisa decorar tudo. Cabe ao professor trabalhar uma sequência didática que o ajude, por meio do cálculo mental, a encontrar resultados que não foram memorizados", afirma Priscila. Nesse sentido, o arredondamento pode ser bastante útil. "Se um aluno precisa calcular 6 x 9 e não sabe quanto é, pode pensar em 6 x 10 e subtrair 6", exemplifica. Para desenvolver essa estratégia, são necessárias cerca de oito aulas. Em seguida, inicia-se o trabalho com outro conteúdo específico, em uma nova sequência que desenvolva outras formas de arredondamento, por exemplo. O cálculo mental pode ser trabalhado com turmas de 4º série em diversas sequências didáticas com duração de oito aulas, que vão se sucedendo com a abordagem de conteúdos específicos. Atividades permanentes de memorização ajudam por permitir que as crianças respondam rapidamenteHistória Debate e eleição simulada para compreender o que é democracia Construção de uma sociedade democrática, representatividade e divisão de poder são conceitos essenciais da disciplina. O trabalho com eles - com turmas de 8º e 9º anos - ganha força em anos eleitorais. Contudo, estudos sobre a Revolução Francesa e a organização de sociedades como a egípcia, a grega e a romana também dão abertura para introduzir os temas e relacioná-los com a atualidade. O trabalho dura dois meses.Muitas escolas aproveitam para simular uma votação para prefeito, governador ou presidente entre os alunos ou mesmo para eleger um representante da classe junto ao conselho. Flavia Aidar, consultora e selecionadora do Premio Victor Civita Educador Nota 10, afirma que essas iniciativas são válidas, porém não é preciso forçar uma situação de eleição se ela não se justificar: "Cabem como produto de um projeto sobre o tema um debate sobre plataformas de governo ou uma eleição". Como atividade permanente, ocupando de 20 a 30% de cada aula, Flavia indica a leitura de textos de pensadores de diversas correntes que tratem de conceitos de representatividade e ideologia. Em períodos eleitorais, o acompanhamento no noticiário é outra excelente forma de o professor mostrar como são construídas as plataformas dos partidos e compará-las.

Sequências didáticas devem ser reservadas para tratar de conteúdos específicos, como o conceito de democracia e suas modalidades, sistemas de governo (parlamentarismo, presidencialismo etc.), tipos de poder (aristocracia, ditadura etc.), classes de estado (colônia, federação etc.), divisão de poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) e de processos (eleição, golpe, revolução, plebiscito, referendo, lobby etc.). Na organização da eleição ou do debate, é preciso prever como uma das etapas a elaboração de plataformas políticas a ser expostas, assim como a confecção de urnas, cédulas e material de campanha. A leitura regular de textos teóricos e do noticiário político, junto com sequências didáticas para aprofundar conceitos como sistemas de governo e divisão de poderes, ajuda a turma de 8º e 9º anos a entender assuntos importantes da disciplina, num projeto sobre a democracia com duração bimestralEducação Física Atletismo se aprende na quadra - e também com estudo Quer oferecer aulas de Educação Física que tenham mais do que simplesmente jogos? Fabio Luiz D’Angelo, coordenador pedagógico do Instituto Esporte e Educação, de São Paulo, sugere um projeto para turmas de 7º e 8º anos sobre atletismo com dois produtos finais: um festival envolvendo as diferentes turmas participantes e um painel coletivo organizado com base em pesquisas realizadas em livros, jornais, revistas e internet. Assim, além de propiciar o contato dos estudantes com várias modalidades atléticas e desenvolver habilidades motoras, você ajuda a moçada a ampliar seus conhecimentos e a fazer uma leitura crítica do esporte. D'Angelo sugere organizar o projeto em 22 aulas, divididas em diagnóstico, vivências e finalização. Reserve as duas primeiras para o diagnóstico, que será o ponto de partida do painel. Perguntas como "O que vocês conhecem sobre esse esporte?", "Quais as modalidades que o compõem?", "Onde foi inventado?", "Quais os espaços necessários para a prática?", "Quais as capacidades e habilidades envolvidas no esporte?" são ótimas para motivar a garotada. A etapa das vivências pode ser planejada em três blocos - com as modalidades corrida, salto e arremesso. Use cinco aulas para cada um. Assim, é possível explorar todas as variantes: revezamento, corrida com obstáculos, arremesso de peso, salto com vara etc. "Quando a moçada realiza as atividades, aprimora as habilidades motoras específicas." Em paralelo, com as pesquisas e o painel de registros, todos são incentivados a conhecer mais sobre o esporte. No fim do projeto, organize um minifestival. Divididos em comissões (de divulgação, inscrições, tabelas etc.), os alunos ganham mais uma chance de ser avaliados - agora por indicadores atitudinais, como responsabilidade e comprometimento, que, junto com o painel coletivo, ajudam a aferir se a turma aprendeu sobre o atletismo. As turmas de 7º e 8º anos vão fazer pesquisas sobre diferentes modalidades, se exercitar na pista e montar um grande painel para mostrar aos colegas como é importante desenvolver uma cultura esportiva ampla. O projeto sugerido nesta página tem duração prevista de 22 aulasGeografia Visita, jornais e entrevistas ensinam sobre o bairro Conhecer o bairro em torno da escola faz parte do conteúdo a ser ensinado no 4º e 5º ano com o objetivo de introduzir o estudo da cartografia e a da linguagem verticalizada. O tema pode ser explorado por aproximadamente um mês, em uma sequência didática composta de cinco aulas mesclada com uma atividade permanente, que deverá ser realizada uma vez por semana. Ela servirá para enriquecer o trabalho e colocar os alunos em contato com outras fontes de conhecimento. São opções ler um jornal do bairro ou realizar entrevistas com os moradores uma vez por semana. Na primeira etapa da sequência, devese pedir que os alunos desenhem o bairro, incluindo os elementos principais. O que eles conhecem ao redor da escola? Registrar a impressão deles sobre o tema após um debate é essencial. Na segunda aula, os alunos são levados a uma excursão pelos arredores. Vale chamar a atenção para os pontos citados na primeira aula e também para as localidades desconhecidas. Ao voltar para a sala, os estudantes registram o que viram no passeio e verificam se isso se relaciona de alguma forma ao que foi lido ou contado nas entrevistas. Na terceira aula, introduz-se o ensino da cartografia. Com a ajuda dos registros, os estudantes desenham as ruas visitadas e traçam itinerários. Sueli Furlan, formadora de professores e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, diz que na hora de desenhar, por exemplo, é preciso ensinar que, se a rua é vista de cima, as casas devem aparecer só com o telhado. Na quarta aula, dividem-se os alunos em grupos de quatro. Eles devem escrever um texto relacionando as informações obtidas com a atividade e o desenho realizado por um dos colegas. Na última aula da sequência, cada equipe apresenta seu desenho e o que aprendeu sobre o bairro. Comparar o registro da atividade inicial com o texto final é uma boa forma de avaliação. A cartografia e a linguagem verticalizada são vistas em um estudo do bairro durante uma sequência didática de um mês. Uma atividade permanente - leitura de jornais ou entrevistas com moradores - coloca os alunos do 4º e 5º ano em contato com diferentes fontes de conhecimentoCiências Pesquisa é fundamental antes das saídas a campo Em Ciências, a sugestão de como utilizar as modalidades organizativas ao longo do ano é um trabalho sobre os diferentes biomas brasileiros com as turmas de 4º e 5º anos. Ao fim do projeto, a garotada vai fazer uma exposição (que tal durante a Semana do Meio Ambiente, em junho?) para apresentar os temas pesquisados - em sala de aula e também num estudo do meio. Cada etapa pode durar de quatro a seis aulas. Para começar, leve informações sobre o assunto: um mapa do Brasil para apontar a extensão desse bioma, com destaque para o relevo e a vegetação. Textos sobre os problemas mais comuns vão ajudar a garotada a se interessar pelo tema. "Muitos alunos podem não ter informações sobre esses fatos, daí a necessidade de apresentá-los", explica Pricila Melo, coordenadora de unidade de séries iniciais da Sangari Brasil. O próximo passo é pesquisar em jornais, livros e sites informações sobre a região escolhida. A seguir, promova uma apresentação coletiva dos dados colhidos e divida a turma em duplas para que seja feito um registro por escrito do que for debatido. Terminada cada etapa, passe para outro bioma (mata Atlântica, cerrado etc.). E, durante o semestre, compare as características com a das regiões já estudadas. Como em Ciências o estudo do meio é valorizado, organize uma excursão a um dos biomas. Pricila lembra que a atividade é muito mais que um passeio. Por isso, é essencial preparar um roteiro que ajude a orientar o olhar das crianças. Além de tudo o que já foi pesquisado nas aulas anteriores, prepare perguntas. Como são as árvores? Grandes ou pequenas? E as copas? Como é seu tronco? Há sinais visíveis de degradação do ambiente? E desmatamento? Além de um caderno para registrar tudo, a turma pode fotografar a área. No fim, reserve algumas aulas para montar cartazes com textos e fotos. Em grupos, os jovens podem apresentar tudo o que aprenderam. Ao estudar os biomas brasileiros, apresente às turmas de 4º e 5º anos uma série de conteúdos importantes que possam culminar com um estudo do meio, para ver ao vivo o que está sendo estudado, e uma exposição sobre o que foi aprendido ao longo do semestreLíngua Estrangeira Ler para entender mais um idioma e conhecer expressões de uso cotidiano Num mundo em que as fontes de informação são muitas vezes encontradas em outros idiomas, uma das principais tarefas do professor é propor a leitura como forma de aumentar a familiaridade com a Língua Estrangeira e o aprendizado das expressões mais usadas no dia-a-dia. O trabalho dura todo o ano e, para turmas de 6º e 7º anos, uma ótima possibilidade é levar contos de fadas para a sala de aula. "Primeiro, porque a garotada já conhece a história na língua materna, o que facilita a compreensão. Segundo, porque elas possuem enredos ricos, dos quais pode-se destacar passagens para enfocar conteúdos curriculares", argumenta Andrea Vieira Miranda Zinni, formadora de professores e selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. O conto A Bela e a Fera em inglês pode ser estudado durante um bimestre por meio de uma combinação de modalidades organizativas. A leitura da obra é trabalhada como uma atividade permanente, em capítulos. Em cada encontro, o professor chama a atenção para recursos e expressões diferentes - as pistas dadas pelas ilustrações e por ele, que deve responder em inglês às intervenções da garotada, ajudam no aprendizado sobre o vocabulário e sobre a estrutura linguística. Vale utilizar diferentes estratégias para contar a história. "Ler e só mostrar as ilustrações à turma, distribuir exemplares para todos ou atuar como narrador enquanto os estudantes leem as falas dos personagens", exemplifica Andrea. Ao longo da atividade, é possível intercalar sequências didáticas, com duração de várias aulas, que abordem o uso cotidiano da língua. No caso de A Bela e a Fera, a cena do jantar entre os protagonistas serve de base para uma sequência sobre como pedir um prato em um restaurante. Nessa situação, o professor trabalha o vocabulário relacionado à comida, as construções gramaticais para realizar pedidos e a forma educada de falar nessas ocasiões. Por causa da crescente importância da internet como um recurso de pesquisa, a leitura em outro idioma é competência essencial. Para explorar o dia-a-dia da língua, o professor seleciona um gênero, como contos de fadas para turmas de 6º e 7º anos, e trabalha um título durante um bimestre

FONTE: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/Esp_024/aberto/quebra-cabeca-modalidades-organizativas-412711.shtml

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

CONHEÇA SEU ALUNO E MOTIVE-O A APRENDER

Conheça seu aluno e motive-o a aprender

Mais um ano letivo inicia-se e com ele várias indagações. Como será minha turma? Agitada? Será que vou conseguir “controlá-los”? E muitas outras questões ocultas que nem nos atrevemos a pronunciá-las.
Alguns dizem que a turma é a imagem do professor. Durante algum tempo questionei este pressuposto, mas após alguns anos na sala de aula, percebi que somos nós quem ditamos o ritmo. Mesmo quando acreditamos o quanto “as crianças estão difíceis ou indisciplinadas”, nós também temos resposabilidade sobre estas ações de nossa sala de aula. Podemos buscar maneiras de motivar nossas crianças a sentirem-se co-responsáveis.
Ás vezes nos iludimos achando que as crianças só estão ali porque são obrigadas, mas a verdade é que elas adoram estar na escola e depende de nós o aquecermos esta paixão.
Então conquiste seus alunos, motive-os a estarem na sala de aula junto com você.
Crie, no primeiro dia de aula algo que simbolize a relação que você quer manter com seus alunos até o último dia deste ano letivo. Como fazer isso?
Algumas idéias que poderão ser modificadas, a fim de serem melhoradas, assim que entrarem em contato com seus alunos.

Encontre uma música que cante a alegria e que você acredite seja significativa para crianças da idade com as quais você vai trabalhar. Distribua revistas para as crianças. Peça para que procurem imagens que provoquem boas sensações. Monte junto com as crianças um painel com as imagens que todos escolheram. Coloquem o painel num lugar privilegiado, acessível a todos. Sempre que precisar despertar boas sensações, mostrem o painel e conversem sobre as imagens.
Converse com as crianças sobre os super-heróis (para adolescentes escolham personalidades ou personagens da literatura) que elas mais admiram, descubra exatamente o que eles admiram. Discuta sobre esses comportamentos e ou valores. Faça uma lista. Peça para que as crianças produzam uma história na qual a turma seja protagonista e que demonstrem tais comportamentos e valores. Sempre que precisar despertar todas as sensações que envolveram tal atividade, leia a história.
SEMPRE leia para as crianças. TODOS OS DIAS.
Crie analogias, tais como: aprender isso será tão fácil quanto tomar um copo de água (analise a pertinência da analogia). Peça para que as crianças façam o mesmo: aprender isto foi tão gostoso quanto? Provoquem este tipo de reflexão a todo o momento. Instigue seus alunos a trazer coisas de sua realidade. Motive-os a perceber o quanto a escola está próxima de suas histórias, suas necessidades e suas vontades.
Brinque. Prepare atividades em que as crianças possam utilizar todo seu potencial criativo. Utilize para isto todos os recursos disponíveis: o corpo em diversos tipos de brincadeiras; brinquedos e jogos.
Lembre-se que toda aprendizagem bem sucedida está associada a uma boa experiência. Proporcione experiências positivas, saudáveis. Seja claro e objetivo com seu aluno, esbanje palavras de gentileza. Trate seu aluno com curiosidade e ele lhe dará inúmeras pistas de como deseja ser tratado.


*Rosemeire Benedita da Silva é pedagoga, atriz, pós-graduada em Relações Internacionais, Master em neurolinguística, diretora escolar na rede municipal de São Bernardo do Campo e formadora na área de Tecnologias aplicada à educação.



Fonte:http://vivenciapedagogica.com.br/node/620

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

ALFABETIZAR LETRANDO

Alfabetizar letrando
CÁSSIA RAVENA MULIN DE ASSIS MEDEL
O professor deve fornecer ferramentas para o aluno construir o seu processo de aprendizagem da leitura e escrita. Na etapa inicial, isto é, na Educação Infantil, a escola tem a obrigação de ajudar o aluno a se apropriar da escrita alfabética e a informatizar o seu uso.Para realizar essa tarefa, o professor não deve deixar o aluno se esforçar sozinho para entender“por que motivo coisas que se falam de uma forma parecida tendem a ser escritas de modo parecido”O professor deve ajudar o aluno a refletir sobre palavras retiradas de textos lidos (além de outras que são significativas para o aluno). É essencial praticar a leitura e a escrita no cotidiano escolar “trabalhar com palavras”, propiciar aos alunos a oportunidade de refletir sobre elas, montá-las e desmontá-las. Nessas ocasiões, mesmo ainda sem saber ler convencionalmente, os alunos poderão se apoderar de algumas estratégias de leitura: estratégias de antecipação, de checagem de hipóteses, de comparação,entre outras (utilizadas por um cidadão letrado. Explorando e também produzindo textos observados pelo professor ou por outro aluno já “alfabetizado”). Assim os alunos estarão desenvolvendo conhecimentos sobre a linguagem que se utiliza nos textos que se encontram na sociedade letrada. Com base nos estudos e pesquisas de hoje em dia, “Alfabetizar letrando” requer: democratizar a vivência de práticas de uso da leitura e da escrita e ajudar o aluno a reconstruir essa invenção social que é a escrita alfabética, ativamente. Se a escrita alfabética é uma invenção cultural, seguindo as idéias de Vygotsky, os professores,como membros mais experientes da cultura, devem auxiliar os alunos a prestar atenção/analisar/refletir sobre os pedaços sonoros e escritos das palavras. Isso, é claro, não seria, de forma alguma, usar métodos fônicos ou treinar a “produção de fonemas” num mundo sem textos e sem práticas de leitura. A partir de 1983, através de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, o professor começou a repensar a sua prática cotidiana em sala de aula. Nos dias de hoje, sabemos que um indivíduo plenamente alfabetizado é“aquele capaz de atuar com êxito nas mais diversas situações de uso da língua escrita. Dessa forma, não basta apenas ter o domínio do código alfabético, isto é, saber codificar e decodificar um texto: é necessário conhecer a diversidade de textos que percorrem a sociedade, suas funções e as ações necessárias para interpretá-los e produzi-los.” O processo de alfabetização ocorre durante toda a escolaridade e tem inícioantes mesmo de a criança ingressar na escola. Implica em tomar como ponto de partida o texto, pois este é revestido de função social e não mais as palavras ou sílabas sem sentido. O professor deve buscar um vocabulário que tenha realmente significado para a classe, isto é, que seja retirado das suas experiências de vida. Atualmente, a cartilha não é o recurso mais favorável para a aprendizagem da leitura e da escrita, porque não tem qualquer significado para o aluno e apresenta textos desconexos, apenas garantindo a “memorização das famílias silábicas”. Para Teberosky, a diferenciação entre a escrita e a linguagem deve ser considerada no processo de alfabetização.Segundo a referida autora, a escrita deve ser entendida como um sistema de notação, que no caso da língua portuguesa quer dizer alfabetização (conhecer as letras, sua organização, sinais de pontuação, letra maiúscula, ortografia, etc ). A linguagem escrita é definida como as formas de discurso, as condições e situações de uso nas quais a escrita possa ser utilizada (cartas, bilhetes, notícias, relatos científicos, etc.) Inicialmente, o professor precisa tomar por base o texto e não mais as palavras-chave. O texto deveser o elemento fundamental para inserir a criança no universo letrado.Além da escrita espontânea, o trabalho com modelos também pode ser considerado, já que esses possibilitam às crianças compararem suas hipóteses com o convencional, através de listas de palavras de um mesmo campo semântico (brinquedos, jogos prediletos, comidas preferidas, personagens de livros egibis, nomes dos alunos da classe, de frutas, etc.). Através das parlendas e de outros textos, as crianças,hoje, podem ampliar suas concepções e progredir na aquisição da base alfabética, como na compreensão de outros aspectos (a grafia correta das palavras, o uso de sinais gráficos, etc.). Simultaneamente, os diversos tipos de texto necessitam aparecer como objeto de análise, propiciando aos alunos diferenciá-los, conhecer melhor suas funções e características particulares. Para que isso ocorra, é essencial que saibam interpretá-los e escrevê-los. A expressão pessoal (bilhetes, cartas,diários, receitas culinárias, etc.) deve fazer parte do trabalho do professor, no entanto, deverá viracompanhada pela escrita de outros textos, inclusive com o apoio de modelos. Cabe à escola, a partir da Educação Infantil, alimentar a reflexão sobre as palavras, observando,por exemplo, que há palavras maiores que outras, que algumas palavras rimam, que determinadas palavras têm “pedaços” iniciais semelhantes, que aqueles “pedaços” semelhantes se escrevem muitasvezes com as mesmas letras, etc. Não se trata de apresentar fonemas para que os alunos memorizem isoladamente os grafemas que correspondem a eles na nossa língua. Como o aprendizado do sistema de escrita alfabética é, acima de tudo, conceitual, o que é preciso é que os alunos possam manipular/montar/desmontar palavras: observando suas propriedades; quantidade e ordem de letras, letras estas que se repetem, pedaços depalavras que se repetem, e que têm som idêntico. O professor deve estimular o desenvolvimento das habilidades dos alunos de reflexão sobre as relações entre partes faladas e partes escritas, no interior das palavras

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